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PME NA HORA Conhecimento Internacionalização
 
Internacionalizar já: emigrar ou definhar!…
Tem causado polémicas declarações de Governantes sobre a necessidade dos portugueses emigrarem.
 
Polémicas à parte, uma coisa é verdadeira: 2012 vai ser o ano do caos económico, das falências, do desemprego, da recessão e da depressão. Não há escapatória possível a um cenário recessivo como nunca Portugal teve desde há 70 anos.
Se os encerramentos de empresas superam as aberturas desde 2007, em 2012, este impacto vai ser brutal. E ninguém pode garantir que a queda do produto não supere os 5% e que o desemprego supere 15%.
 
Num país atrofiado por necessidades orçamentais e, com um Fisco a apertar a malha e sem contemplações com as dificuldades de tesouraria dos contribuintes (ou seja contribuintes mais pobres), sem liquidez, com os bancos a lutar pela solvência, pese embora o incremento das exportações a zona euro não augura algo de bom.
 
A solução, por muito que isso custe a empresas e pessoas é mesmo, emigrar. Ou seja, se as pessoas emigram, os gestores também, e o desejável é que as empresas também emigrem, ou em linguagem económica, se internacionalizem.
A solução para a viabilidade dos portugueses e de Portugal, passa pois pela abertura de negócios lusos nos países emergentes. O Primeiro-Ministro aliás aconselhou aos professores em particular o espaço lusófono, como fonte de oportunidades.
 
Transpondo para as empresas, neste espaço encontram-se economias emergentes como Brasil, Moçambique, Angola, Cabo Verde, Macau, que têm muito espaço para a oferta dos portugueses.
 
E não apenas nestes países. Ficamos também a saber que um gabinete de projetos português está projetar a nova capital da Guiné Equatorial. Com efeito a ex-colónia espanhola, abundante em petróleo, encomendou a um gabinete português o projeto da sua nova capital, a construir do zero no meio da selva Africana, em pleno equador.
 
Porque terá sido a portugueses que foi feita a encomenda? Talvez porque a influência portuguesa em África perdure e porque haja capacidade dos portugueses em interagirem com o desenvolvimento. Ao ponto desta ex-colónia espanhola ter pedido a adesão à Comunidade de Países de Língua Portuguesa, e ter tornado a língua portuguesa sua terceira língua oficial.
 
Depois de muitas empresas terem tentado a sua sorte no norte de África e tendo sido atingidas pelas revoluções árabes, o Hemisfério Sul, a América Latina, o Brasil, Angola, Moçambique e outros países emergem como mercados naturais para os portugueses, suas competências e empresas.
 
Podemos discutir se se deve incitar oficialmente as pessoas a saírem da sua zona de conforto. As cidades dos mercados emergentes não têm a qualidade de vida das congéneres portuguesas – mas até isso são oportunidades desde as obras públicas aos projetos, lazer e restauração. Mas não podemos nem devemos ignorar, que mergulhada a Europa no início duma grande crise, atrofiado Portugal com um endividamento gigante e à mercê dos financiadores, não existe espaço nem mercado para todos. E que os próximos anos serão de uma competição feroz e mortífera pela mera sobrevivência.
 
Os profissionais e as empresas que querem superar esta nacional indigência, terão mesmo que “emigrar”, que abrir novas frentes de trabalho, novos mercados, novos clientes e noutras latitudes. Ninguém tem a resposta absoluta, ninguém tem bússolas ou GPS’s que apontem o caminho seguro.
 
Os portugueses de 2012 terão que repetir os portugueses das descobertas, e a nossas empresas empreender novos mares, novas conquistas. Que as façam nesta economia revolta e tempestuosa, transformar em boa esperança o Adamastor mercado em que se movem.
 
As empresas e profissionais portugueses, têm de fato um know-how assinalável, e uma disponibilidade e relação qualidade preço únicas. Mas isso só é mensurável quando podem atuar em mercados que têm procura e liquidez, e que sabem apreciar a sofisticação e qualidade europeia e ocidental das ofertas de serviços e produtos portugueses.
 
E só mesmo nos mercados, no terreno, podem encontrar clientes, soluções, contratos e sucesso.
 
“Emigrar”, num sentido lato, é pois a solução.
 
 
Lurdes Mota Campos