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03-02-2012 [VIDA ECONÓMICA] Portugal é o terceiro maior fornecedor de Moçambique

"A recessão em Portugal deverá ser maior do que o anunciado pelo Governo, podendo atingir os 5%" - alertou Joaquim Rocha da Cunha, administrador da Ideia Atlântico. Confrontadas com o atual cenário, as empresas portuguesas podem afundar-se ou encontrar novos mercados. "Não é um conselho de gestão; é uma questão de sobrevivência" - salientou.

 


03-02-2012

Conferência promovida pela Ideia Atlântico analisa oportunidades de investimento e exportação 

Portugal é o terceiro maior fornecedor de Moçambique 

"Moçambique é um mercado de 22 milhões de habitantes integrado numa região com 300 milhões de pessoas" - referiu Filomena Malalange, em Braga. A adida comercial da Embaixada de Moçambique abriu a conferência sobre as relações Portugal-Moçambique, promovido pela Ideia Atlântico, com o apoio do jornal "Vida Económica". 

O mercado moçambicano é atrativo tendo o ritmo de expansão. O crescimento do PIB atingiu 7% em 2011 e deve manter taxas elevadas nos próximos anos. Filomena Malalange destacou as oportunidades para as empresas portuguesas no setor agro-alimentar, já que existe um grande défice alimentar, e em áreas como a logística e a armazenagem. Moçambique importa quase todos os produtos alimentares, incluindo produtos básicos como arroz ou açúcar.


Precisa de expandir a sua produção agroindustrial. O potencial na área de pescas é bastante grande. Moçambique tem 3000 km de costa mas as pescas ainda só representam 3% do PIB.


Portugal ocupa a terceira posição entre os maiores fornecedores de Moçambique. O maior exportador é a África do Sul. Como investidor externo, o nosso país está em segundo lugar. Em termos de mercado de destino das exportações de produtos moçambicanos, Portugal surge em quinto lugar.
"A legislação moçambicana contempla benefícios fiscais na importação de equipamentos e matérias-primas, através da redução ou isenção de taxas alfandegárias" - salientou a diplomata. Para alguns produtos, as taxas alfandegárias podem ser elevadas. Por exemplo, no caso do vinho, as taxas alfandegárias ultrapassam os 100%.


O Governo moçambicano quer impulsionar o investimento externo, estando a facilitar os procedimentos.


Moçambique tem zonas especiais de desenvolvimento acelerado, com regimes atrativos para as empresas. Dispõe de uma zona franca em Maputo. As empresas podem requerer também o estatuto de zona franca.


Filomena Malalange destacou as oportunidades existentes no turismo. "É difícil conseguir uma reserva num hotel em Moçambique" - referiu. Além da falta de oferta de alojamento hoteleiro, existem inúmeras oportunidades de investimento nos parques naturais, nomeadamente, ao nível das infraestruturas.
 

Imobiliário em expansão            
"As vias de comunicação são boas em Moçambique e a rede de estradas entre as cidades está praticamente reabilitada" - afirmou Rui Marques, partner da Amba Advogados.
O setor imobiliário está em grande expansão, o que se reflete na subida de preços. Existem boas oportunidades na construção de hotéis, habitação e zonas comerciais.
"Moçambique tem as maiores reservas de carvão do mundo" - destacou Rui Marques.
Segundo referiu, a legislação moçambicana é muito parecida com a portuguesa. Não existe limite mínimo de capital para a constituição de sociedades e não é obrigatória a presença de sócios moçambicanos.


Boa governação e pouca corrupção
"A abordagem em relação a Moçambique deve ser de dar e receber" - afirmou José Paulo de Oliveira. Para o presidente do OLAE, a melhor forma de exportar é estar no local, apostar no local e crescer com o país, ao contrário da estratégia de "toca e foge" que algumas empresas portuguesas adotaram em relação a Angola.


Em Moçambique, há boa governação e pouca corrupção. "O país tem feito o trabalho de casa" - salientou. Os portugueses são bem acolhidos em Moçambique, o que também se deve à partilha de 500 anos de história.


José Paulo Oliveira referiu a previsão de crescimento de 9,5% para 2013 e a expetativa de crescimento sustentado pela estabilidade política e pelos recursos naturais.


A exploração de gás vai levar à construção de uma nova cidade para 75 mil pessoas, o que abre grandes oportunidades.


"As empresas que conseguem produzir em Portugal podem crescer muito em Moçambique. Há mais procura do que oferta" - garantiu.


O presidente do OLAE aconselhou as empresas portuguesas a não ter uma atitude arrogante. As empresas sul-africanas estão cada vez mais presentes em Moçambique, optando por recrutar quadros na comunidade portuguesa.


"Este é o momento de avançar para Moçambique" - destacou. Na comparação com países como Angola ou o Brasil, Moçambique tem custos menos elevados e um mercado ainda "verde" com elevada procura.

SOFID financia a médio e longo prazo
 "O investimento é a forma mais sustentável de internacionalização das empresas" - afirmou José Moreno, administrador da SOFID. Esta entidade está vocacionada para financiar a médio e longo prazo os projetos de investimento das empresas portuguesas fora dos países da OCDE.
Para José Moreno, o financiamento é hoje uma questão crítica para os empresários. A SOFID funciona como um banco de apoio às empresas, estando preparada para responder aos pedidos de financiamento em 10 dias úteis.


Tendo em conta a natureza público-privada da SOFID, com a maioria do capital do Estado e participação dos maiores bancos portugueses, o seu envolvimento dá conforto aos projetos, podendo envolver uma rede alargada de parceiros.


"Os projetos têm que ser viáveis. A SOFID não dá apoios a fundo perdido, nem pode financiar meros projetos de exportação" - salientou José Moreno. Em princípio, os investimentos devem envolver um mínimo de 30% de capitais próprios e um máximo de 70% de capitais alheios.

Asa Branca investe na produção de aves

 A Asa Branca vai produzir 1,5 milhões de frangos em Moçambique - revelou Délio Antunes, diretor-geral da empresa. A ideia inicial foi exportar uma parte da produção de aves congeladas de Portugal para Moçambique. Mas o projeto evoluiu para a produção local de frangos frescos, um produto com mais qualidade para os consumidores.


Para a instalação da unidade de produção, a Asa Branca conseguiu a disponibilização de um terreno de 400 hectares, sem custo, a menos de 30 quilómetros de Maputo.


Délio Antunes equaciona também a produção de cereais, beneficiando das condições propícias e da disponibilidade de terrenos.

 

 

 

 

Internacionalizar é uma questão de sobrevivência

 
"A recessão em Portugal deverá ser maior do que o anunciado pelo Governo, podendo atingir os 5%" - alertou Joaquim Rocha da Cunha, administrador da Ideia Atlântico.
Confrontadas com o atual cenário, as empresas portuguesas podem afundar-se ou encontrar novos mercados. "Não é um conselho de gestão; é uma questão de sobrevivência" - salientou.
A Ideia Atlântico está a desenvolver o aconselhamento às empresas para que estas possam potenciar o investimento no exterior. Para Joaquim Cunha, a prioridade deve ser dada aos mercados emergentes, como Moçambique, que registam taxas de crescimento entre 5% e 10%.
"O setor privado tem de conquistar posições de destaque" - referiu Joaquim Cunha.
A Ideia Atlântico está a organizar uma missão comercial a Moçambique para o próximo mês de maio.

 

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