O desafio foi lançado pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP). Criar um Fundo de Investimento Local, com 770 milhões para promover as actividades das pequenas e médias empresas (PME) e as economias locais. Contudo, a proposta é vista com desconfiança pela Associação PME Portugal que, pela voz do presidente Joaquim Cunha, se mostra «desconfiada».

Fernando Ruas, presidente da ANMP, desafiou o Governo a criar um fundo com 770 milhões de euros «para alavancar a economia local» e «fomentar localmente o emprego». A proposta prevê investimentos «que impliquem melhoramentos em infra-estruturas, tanto produtivas como de utilidade social».

Empresas lançam dúvidas

Este desafio da ANMP suscita dúvidas à Associação PME, que representa as micro, pequenas e médias empresas. Joaquim Cunha, presidente da instituição, recordou, ao Destak, que «as autarquias já estão endividadas» e que «demoram muito tempo a pagar».

O responsável frisou ainda que, na proposta da ANMP, «nada garante que as PME sejam beneficiadas com as adjudicações das obras». «Em ano de eleições é de desconfiar destas boas intenções», sublinhou Joaquim Cunha, para quem o «Estado e as autarquias têm mais olhos que barriga».

PME não ganham obras

O líder da PME Portugal sublinhou ainda que «dificilmente as obras são ganhas por PME», acusando as «grandes empresas» de fazerem dumping, ou seja, preços abaixo de custo. «Ganham com obras noutros países e podem fazer esse tipo de prática aqui.»

Joaquim Cunha apelou a uma «discriminação positiva» nas obras públicas para as PME e garantiu que a actual situação do pequeno tecido empresarial é muito má». «As PME não são alvo de apoios. As medidas anunciadas nunca são colocadas em prática», garantiu.

Fonte: Jornal "Destak"