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PME NA HORA Notícias


27-01-2010 SALÁRIOS: 40% DAS EMPRESAS CORTAM NOS CUSTOS DE TRABALHO SEM MEXER NA BASE

Estudo do Banco Central Europeu revela que as empresas portuguesas são das que menos cortam as remunerações variáveis na Europa. No momento de baixar os custos com trabalhadores, as empresas portuguesas são mais conservadoras que as pares europeias. É esta a principal conclusão de um relatório do Banco Central Europeu (BCE) sobre estratégias de redução de custos que não mexam na remuneração base. O estudo revela que em Portugal o corte na componente variável dos salários é menor que a média europeia.

 

Enquanto nos 12 países da União Europeia presentes no estudo (ver caixas ao lado), 63% das empresas inquiridas - 12 mil no total, das quais mais 1 436 portuguesas - admitiram utilizar estas estratégias, em Portugal esse número desce para 40%. É o mais baixo entre os países inquiridos.

Quando a tesouraria das empresas fica mais apertada, há a tentação de transferir esse peso para as remunerações trabalhadores. Não se podendo tocar no salário base, surgem estratégias para mexer na remuneração variável.

Durante o braço de ferro entre patrões e sindicatos sobre o aumento do salário mínimo para 475 euros, os empresários invocaram, por mais do que uma vez, o argumento de que a legislação laboral portuguesa era demasiado rígida, dificultando a tarefa das empresas em fazer face a este momento de crise. No entanto, o que o relatório do BCE indica é que nos domínios fora do intocável salário base, os empresários também não actuam.


No entanto, existem outras justificações. José Alves da Silva, o novo presidente da PME Portugal, coloca o ónus do problema nos ombros dos gestores. "Temo-nos preocupado em privilegiar a formação de trabalhadores, esquecendo que os empresários também precisam de formação profissional e por isso optam por soluções mais simplistas."

De facto, as discussões sobre economia do trabalho giram muitas vezes em torno dos salários base. Este estudo procura apresentar uma outra perspectiva sobre como ajustar custos nesta altura de vacas magras. O BCE perguntou a gestores de 12 mil empresas europeias, que empregam cerca de 37 milhões de trabalhadores, se nos últimos cinco anos utilizaram uma das seguintes estratégias: diminuir bónus, reduzir benefícios, mudanças na organização dos turnos, alterar regras de promoções, contratar trabalhadores com salários mais baixos para substituir outros que saíram voluntariamente e encorajar reformas antecipadas.



Fonte: i Informação - Online

 
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