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PME NA HORA Conhecimento Internacionalização Qual a razão de Portugal exportar ou investir ainda pouco no Brasil?
 
Qual a razão de Portugal exportar ou investir ainda pouco no Brasil?
 
O Brasil é ainda hoje um grande mistério.
Não apenas para os portugueses, mas também seguramente para os brasileiros.
Tem a ver com a sua dimensão continental.
 
O Brasil é um dos maiores países do mundo, estando divido em 27 Estados que, vistos per si, são autênticos países, com população e área da maioria dos Estados superior á de Portugal, e possuindo esses Estados com Governos autónomos
 
Assim, é muito difícil para qualquer empresa, grande ou pequena, portuguesa, espanhola ou Americana, apostar e conquistar o mercado de todo o país.
 
Além da dimensão e escala continental, é necessário observar que como nação independente e soberana, o Brasil tem regras jurídicas e económicas próprias, que tratam o investimento estrangeiro, a circulação de estrangeiros, a entrada/importação de produtos, o investimento externo, e ventuais licenças de operação.
Ou seja, tem regras próprias como as que Portugal tem no quadro da União Europeia, que têm que ser cumpridas.
 
Observadas o potencial do mercado e as regras, o Brasil oferece pois um enorme potencial, que deve ser abordado numa perpsectiva de exportação ou de investimento direto.
 
Se se optar pela exportação, os custos base serão menores, podendo cingir-se ao valor das exportações iniciais. Neste caso o fundamental é encontrar um parceiro idóneo e fiável, que esteja em condições de legalmente, importar e colocar os produtos no mercado, e começar a construir a marca localmente..
 
Se se optar pelo investimento direto, importa fazer uma adequada pesquisa, dado que os custos de instalação no mercado, foram crescendo. E nesta opção, como em qualquer outro mercado, é necessário ter em conta a componente gestão do projeto, ou seja, quem vai gerir localmente e assegurar-se que os investimentos e metas são adquadamente cumpridos.
 
Em ambos os casos, importa dizer que, depois dos produtos ou serviços estarem legalmente no Brasil, não encontram regra geral problema de escoamento. A procura e os preços praticados noA principal presença de Portugal no Brasil: o Azeite Brasil, são regra geral, superiores aos que se encontram em Portugal ou Espanha. Surpresa? Talvez, mas o crescimento elevado da última década, somado á valorização cambial do Real (moeda brasileira) levam a que do mero alimento de supermercado, ao produto eletrónico, à viatura, ou mesmo, à habitação, se pratiquem hoje nas maiores cidades do Brasil, preços bem superioes aos de Portugal ou Espanha.
 
Esta realidade de preços elevados, é uma moeda com duas faces. Por um lado, torna mais cara uma operação de investimento direto, sem bem que essa seja a que tem mais potencial. Mas demonstra per si a viabilidade que praticamente todos os serviços e produtos portugueses têm no Brasil, pois o seu valor (tirando os alimentos locais) de mercado é calculado em múltiplos – sim múltiplos - do preço de venda na Europa.
 
A classe média do Brasil consome hoje muito azeite, vinho, e muitos outros produtos, que face ao aquecimento económico e falta de oferta interna, se vê obrigada a importar. Vêr hoje no brasil, queijo holandês a um preço mais barato que o brasileiro, não é ficção, é uma realidade. Como é uma realidade as fracções de imobiliário numa cidade emergente brasileira estarem nos 3.000/euros/m2, valor superior ao Dubai ou Lisboa (Rio de Janeiro tem o 4º mercado imobiliário mais caro do mundo).
 
O Brasil barato dos anos 90 acabou. Acabou para os turistas e despertou um grande mercado, com uma classe média fortemente consumidora e com níveis de rendimento crescentes.
 
Se alguém dissesse há 2 anos que grandes obras poderiam parar no Brasil por falta de mão-de-obra barata, isso seria uma anedota. Em Março de 2011, foi uma realidade que fez parar as grandes obras do plano de infra-estruturas Brasileiro. Na Amazónia, no Nordeste e por todo o país, a greve de um mês de dezenas de milhar de operários de construção, literalmente pararam o país. Culminando numa solução que passou por reajustes elevados nos salários.
 
Ora bem é toda uma cadeia produtiva, a do imobiliário construção que tem um mercado de décadas pela frente, em obras públicas ou residências (aqui há um défice de 7 milhões), mas toda a restante economia, muito diversificada, que cresce e oferece potancial de fornecimento.
 
E este elevado poder aquisitivo de mais de 100 milhões de integrantes da classe média, é um mercado, não portencial, mas real, que espera novas ofertas para comprar.
 
Ou seja via exportação ou via investimento direto, o mercado existe e compra. É preciso é estar no mercado (lá) e ter oferta em qualidade, quantidade e preço.
 
 
 
 
Lurdes Mota Campos
2011