Muitos nos têm contactado sobre o mercado angolano, desejando encontrar distribuidores ou compradores lá, e num número significativo, mudar-se para o mercado angolano. Se encontrar distribuidores num país com poucos empresários, dominado pela dimensão e com poucas PME é difícil, os empresários lusos devem ponderar bem antes de tomar decisões precipitadas, tanto mais que não se trata da única opção:

 

1.    Todo o mundo está a crescer, em especial América Latina (Brasil) e Ásia. Mesmo nos PALOPs, Moçambique ou cabo Verde oferecem outra segurança ao investidor externo.

2.    No caso mundial há 2 grandes potências em crescimento acelerado, que adoram Portugal, que são grandes mercados, seguros para pessoas e bens: China e Brasil.

3.    Brasil tem hoje uma classe média com mais de 100 milhões de consumidores que é superior a toda a população (diferente de consumidores) de todos os outros PALOP’s juntos.

4.    Brasil tem uma classe rica e média alta de cerca de 50 milhões de habitantes, ou seja, mais que toda a população da Escandinávia.

5.    Brasil oferece condições de médio e longo prazo de crescimento e desenvolvimento, prevendo-se que seja a 4ª economia mundial em 2050 (neste momento é 8ª).

6.    Brasil tornou-se no grande captador de investimentos internacionais, desenvolvendo grandes projetos como a FIFA2014 Copa do Mundo e Olimpíadas de 2016 e da exploração do petróleo profundo (pré-sal)

7.    Brasil dá efetiva reciprocidade aos portugueses, consagrada constitucionalmente pela igualdade de direitos civis e políticos.

8.    Brasil tem oportunidades de negócio em literalmente todas as áreas seja da agricultura à pecuária, á indústria ligeira á pesada, à distribuição, ao retalho, aos serviços, imobiliário e construção.

9.    O investimento externo no Brasil é protegido por leis internacionais e a repatriação de lucros e capitais está assegurada.

10.  O Brasil tem uma moeda muito estável e valorizada, tem uma política econômica sólida, tendo os seus bancos saído imunes da crise financeira internacional.

 

Por último e não menos importante, o Brasil vê os portugueses como iguais, trata-os como iguais, não tem complexos ou recriminações, nem deporta portugueses por capricho. Estado, Executivo, Judicial estão perfeitamente separados no Brasil. Existe efetiva segurança para o investidor e suas famílias, há escolas, hospitais e uma infra-estrutura de vida como não se encontra em nenhum país africano.

 

Assim, exortamos veementemente e alertamos para que os riscos “Angola” estão agravados pelo fato de que a única proteção ao investidor residia na lei de investimento privado, cujo montante mínimo exigível passou a ser de 1 Milhão. Fora dessa aprovação, que é morosa e “complicada” as empresas portuguesas estão ilegais, à margem da lei, e não conseguem vistos de investidor nem de residência, e estão sujeitas á discricionaridade com que são tratados localmente os assuntos. 

 

Apenas o adequar o seu negócio às leis angolanas tem um custo superior do que em qualquer outro mercado. E esse acréscimo de valor tem de ser ponderado. E, Encontrar caminhos tortuosos para ultrapassar as exigências legais custa caro. E, a médio prazo tem um custo de subjugação a um sócio oculto, seja ele o que move influências seja ele o funcionário que recebe uma “gasosa”.

 

E, muito menos o efeito manada é um bom conselheiro.

Uma decisão baseada no "é para onde toda a gente está a ir" representa uma decisão em tudo menos racional. Até porque, se já lá está "toda a gente" haverá obviamente menos oportunidades para si.

 

Deveremos olhar para o mapa mundo com a plena consciência que este apresenta desafios e oportunidades únicas. Existem mais, ou menos, afinidades com muitos. Mas, quase todos eles têm um potencial de crescimento a médio prazo coisa que, Portugal não poderá almejar nos próximos tempos.

 

Portugal é o único país do mundo que vai estar em recessão em 2012.

 

É pois tóxico para todos aqueles cujos negócios gravitam única e exclusivamente no retângulo.