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10-07-2007 A NOVA PRESIDÊNCIA

A Presidência da União Europeia, aí está. Nada que fosse imprevisível, aliás, metodicamente preparada. Sendo certo que é a terceira, tal facto porém, não lhe incute um carácter de à vontade, uma vez que estamos perante um desafio bastante importante e completamente novo relativamente às duas experiências anteriores.
 
Estamos a assistir à maior operação política mas sobretudo diplomática de sempre vivida em Portugal, com responsabilidades e objectivos muito bem identificados.
Se por um lado, a herança da liderança Alemã não inveja ninguém, a verdade é que temos como responsabilidade máxima a conclusão do tão famoso Tratado Europeu, e as negociações a vários níveis não se adivinham fáceis.
 
È claro que os temas e dossiers também não o permitem.
As relações internacionais têm que avaliar o impacto dos BRIC na economia Europeia, e daí extrair não as devidas conclusões pois essas estão mais que identificadas, mas sobretudo a estratégia para acções alternativas que nos permitam catapultar as exportações para rácios de outrora.
 
Ainda a este nível, não vamos poder ignorar o ambiente tenso que se continua a viver no Médio Oriente, pois nós Europeus já estamos envolvidos que chegue no processo, e portanto não vamos poder agora olhar para ele como se de um assunto alheio se tratasse.
 
Noutra “secção”, a Imigração clandestina muitas horas há-de consumir. Se por um lado, o alargamento do espaço Schengen é um dado adquirido, a verdade, é que terá que ser muito bem pensado e implementado, para não vermos fomentada a Imigração clandestina, sobretudo a emergente do continente africano.
 
Tema quente, sem dúvida, é aquele que se relaciona com as políticas laborais. Se por um lado, é necessário e urgente a aposta na formação, na requalificação e na protecção dos desempregados, também não deixa de ser verdade, que é fundamental flexibilizar as leis laborais, de forma a que as empresas se tornem mais competitivas do ponto de vista da produtividade, mas e sobretudo que se criem modelos homogéneos que se implementem pelos 27 membros aderentes, de forma a que as discrepâncias de direitos e obrigações sejam diminuídas ao máximo entre eles, e façam que a concorrência seja feita em bloco para os mercados Asiáticos e não seja uma realidade interna da própria UE. 
 
A nível económico, muito há para fazer. A economia europeia está doente, e não é com medidas avulsas que ela será retomada. È preciso reforçar e dotar o mercado de serviços financeiros competitivos, e disponibilizá-los por todos e não por um feudo de membros, que, por esta ou aquela benesse, ficam com capacidades negociais extremamente diferenciadas e que colocam os outros parceiros em situações verdadeiramente incómodas do ponto de vista competitivo. As próprias finanças e investimento público devem ser equacionadas, pois são sem dúvida um dos factores dinamizadores de qualquer economia.
 
Muitos outros temas serão aflorados, mas por uma questão de prioridades, ficam para uma segunda análise.
Tão ou mais importante do que atrás foi enunciado, é que não nos podemos esquecer que Portugal não pode parar.
Não podemos hipotecar todos os esforços a este assunto e descurar o dia-a-dia que nos rodeia.
 
E se a Presidência da UE nos permite estar com os holofotes direccionados e no centro das atenções europeias, vamos então capitalizar isso e proporcionar à economia Portuguesa toda aquela alavancagem que ela precisa no sentido de uma vez por todas sair deste marasmo.
 
 Artigo publicado no Semanário Económico de 06 de Julho de 2007 
 
 
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